Meus cabelos grudam em minha nuca, estou completamente molhada. Muitas pessoas apressadas correm para lá e para cá com seus inúteis guarda-chuvas. Você nunca teve vontade de largar as chaves, o celular, os papéis, e simplesmente caminhar na chuva?
Minhas meias estão encharcadas de água. Sinto-me cada vez melhor á medida que minha pele fica gelada. Uma mulher e uma criança passam por mim; o garotinho pulou em uma poça de água e por isso levou um tapa. Está trovejando e o céu fica mais escuro á medida que me aproximo de casa.
Os prédios á minha volta me fascinam. Sinto-me protegida por dois paredões de pedra. As formas irregulares do asfalto sob meus pés brilham com a luz dos postes sendo refletida na água; mais um ponto para a chuva. Chego ao meu prédio. Coloco a mão no portão para abri-lo, e neste exato momento o som de um trovão incrivelmente alto chega aos meus ouvidos. Parece que tenho um amor correspondido pela chuva.

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